Homofobia: Torcida Garra Alvinegra expulsa membro por ser “flagrado tendo relações homoafetivas”

Após a repercussão negativa e notas de repúdio, a Torcida Garra Alvinegra recuou e emitiu uma nova nota

(Foto: Reprodução/Instagram)

A diretoria da torcida organizada Garra Alvinegra do ABC, no Rio Grande do Norte (RN), expulsou um membro por ser “flagrado tendo relações homoafetivas”. A nota oficial, que evoca as estruturas da homofobia no futebol, foi publicada nas redes sociais nesta quinta-feira, 14, e impede que o membro tenha acesso a sede e eventos organizados pela instituição.

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“Entendemos que vivemos em um país livre, onde cada cidadão tem o direito de viver sua ‘opção sexual’ (sic), mas não admitiremos em nenhuma hipótese que nossa marca ou instituição esteja relacionada a qualquer escândalo do tipo”, dizia o comunicado publicado no Instagram.

(Foto: Reprodução/Instagram)

A expulsão da Garra Alvinegra acontece por conta de imagens que circulavam de um membro, com tatuagem da instituição, tendo relações sexuais com outro homem. “Se o lado vermelho (em alusão ao América, maior rival do ABC) admite esse tipo comportamento e não expulsa seus componentes, nós somos diferentes”, finalizava a nota.

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O comunicado oficial foi apagado e logo os comentários da rede social foram desativados. Diante da repercussão, o Coletivo Nacional de Torcidas LGBTQ – Canarinhos do Arco-Íris repudiou a atitude da organizada potiguar.

(Foto: Reprodução/Twitter)

“Há apenas três dias do Dia Internacional contra a LGBTFobia, vimos mais um caso acontecer mesmo com o futebol parado. A torcida organizada do time ABC FC – Garra Alvinegra fez uma publicação onde expulsa um membro da torcida por ter sido flagrado em um vídeo tendo relações sexuais com outro homem”, afirmou.

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“O futebol é um instrumento de mudança social desde suas origens e aceitar que esse tipo de atitude de alguém ser expulso de uma torcida pó conta da orientação sexual é totalmente contra o que o futebol deveria representar e não poderíamos no calar diante de um fato desses. Nós da Canarinhos do Arco-íris deixamos nosso repúdio, não só ao ato de expulsão como também a nota emitida”, finalizou.

Após a repercussão negativa, a Garra Alvinegra voltou atrás e disse que a expulsão aconteceu por conta da “exposição da marca e/ou instituição a cenas de pornografia”. Confira a nota na íntegra:

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“Em virtude das acusações de homofobia realizadas pelo Coletivo Nacional de Torcidas LGBTQ, a Garra Alvinegra vem a público esclarecer alguns pontos a respeito da nota de repúdio contra nossa instituição:

Reconhecemos que a nossa nota divulgada nesta manhã de quinta-feira (14), foi mal redigida e ficou passível de interpretações errôneas (ou erradas). Queremos esclarecer que a expulsão do nosso integrante se deu devido a exposição da nossa marca e/ou instituição a cenas de pornografia, atos que nada tem a ver com nossa entidade.

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Assim como também não compactuamos com uma simulação realizada em outubro de 2019, por uma igreja evangélica, onde associaram a marca da Garra Alvinegra a uma ação criminosa como forma de simulação, na data em questão também repudiamos o ato por meio de nota oficial.

Vale lembrar que na mesma nota redigida hoje, respeitamos o direito constitucional de liberdade conquistado por todos nós brasileiros. E em nenhum momento condicionamos a expulsão à orientação sexual do torcedor, e sim, tão somente, pela esposição de nossa marca. Vivemos em um país livre. Respeitamos e lutamos diariamente pela liberdade entre os povos. Seja religiosa, ideológica, sexual e até mesmo futebolística. Nós, como torcedores organizados, temos sempre a responsabilidade de levantar nossa bandeira e mudar cada vez mais o esteriótipo que nos é aplicado na sociedade. Lutamos contra o preconceito. Logo, o precoceito não deve fazer parte de nosso dia-a-dia.

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A nossa torcida vem trabalhando sua imagem cuidadosamente ao longo dos anos. Desenvolvendo ações socio-ambientais, ajudando o próximo e incluindo em nossa associação recreativa pessoas que precisam de ajuda e passam a enxergar na torcida uma nova oportunidade de vida.

Queremos mais uma vez reforçar que a expulsão não se deu pela orientação sexual do integrante, mas sim, por associar a nossa marca a exposições de conteúdos impróprios como pornografia. Entendemos e respeitamos as acusações proferidas contra a nossa instituição. Todos nós já julgamos um dia. Mas esta não é a verdadeira essência da Torcida Garra Alvinegra”.

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