Entenda como será a moeda digital brasileira e suas vantagens

De acordo com o ministro Paulo Guedes, a inovação que conecta o público com o Banco Central deve chegar em breve

Imagem: iStock/Divulgação

No início de novembro, o ministro da economia Paulo Guedes confirmou os planos de implementar  uma moeda digital brasileira. Os detalhes ainda não foram divulgados, mas o Banco Central já vinha estudando a criação dessa versão do Real, assim como diversos outros países do mundo. De acordo com especialistas, o primeiro passo para a mudança já foi dado, e é a adoção do PIX, o Pagamento Instantâneo do Brasil.

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O dinheiro digital vai se parecer com outros já conhecidos, como Bitcoin, Ethereum e Ripple. Porém, diferentemente dessas que não têm ligação com governo algum, a brasileira será regulamentada e controlada pelo próprio país. Até o momento, a moeda é chamada de CBDC (Central Bank Digital Currency, ou “Moeda digital do Banco Central”, em português).

Paulo Guedes afirmou que a adoção dessa nova forma de pagamento é inovadora não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro. “O Brasil terá a moeda digital. O Brasil está à frente de muitos países”, declarou o ministro. Isso porque, além de alguns países que estão tendo resultados controversos, a exemplo da Venezuela, nenhum outro país colocou em circulação sua própria moeda digital. O que há são países que estão mais à frente no planejamento para deixar o papel moeda, como o Japão e o Brasil.

Apesar da semelhança com outras criptomoedas, o projeto brasileiro tem diversas diferenças – entre elas, as duas formas de moeda. A primeira será o modelo CBDC de varejo, chamada de account-based, que é a versão para o público comum utilizar em uma conta diretamente conectada com o Banco Central; a outra seria a emissão apenas para contas específicas de bancos comerciais, que correspondem ao montante de contas de reserva segregadas no Banco Central.

A partir dessa concepção, é possível entender melhor algumas das vantagens que incentivam a corrida do país para desenvolver o dinheiro eletrônico.

Banco Central poderia monitorar contas com facilidade

A primeira vantagem, é que o novo modelo permite que os cidadãos estejam diretamente conectados com o Banco Central, sem nenhum banco intermediando esse relacionamento, o que permitiria que o governo rastreasse com facilidade qualquer transação feita, evitando crimes eletrônicos, como fraudes e roubos, além de perceber inconsistências como os altos valores depositados em contas de políticos corruptos.

Outra vantagem, que também afeta diretamente a experiência do consumidor, é a instantaneidade nas transações, que também devem ser gratuitas, já que não há um banco intermediando o contato, proposta esta que já está sendo implementada com o PIX.

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Maior controle de medidas de estímulo à economia

Atualmente, por conta de as reservas financeiras e o contato com o público serem de responsabilidade dos bancos, para que qualquer medida de estímulo econômico seja feita, como o aumento de crédito, por exemplo, o governo precisa oferecer condições que incentivem os bancos a cooperar, como a baixa do compulsório e a diminuição dos juros básicos, mas essas práticas nem sempre funcionam.

Com o Banco Central controlando as reservas e também a entrega de dinheiro ao público final, o governo conseguiria aplicar planos de ação que favorecessem o desenvolvimento econômico com maior facilidade.

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