Ano passado, o presidente já havia utilizado termo pejorativo com o Nordeste

Durante vídeo divulgado em seu perfil oficial do Facebook neste sábado, 4, para um evento de filiação ao partido Aliança Pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse que “todo” cearense “é cabeçudo”.
“O Ceará acho que foi o primeiro estado em que tivemos uma grande recepção em aeroporto. Tudo começou por aí. Se não me engano, um dos grandes articuladores disso foi o Alex Ceará, um cara cabeçudo. Se bem que chamar cearense de cabeçudo você não consegue identificar ninguém, lá todo mundo é cabeçudo”, comentou o ex-integrante do PSL.
Veja o vídeo
O político havia sido questionado quando viria ao Ceará e prometeu visitar o município de Crateús, distante 359,4 quilômetros de Fortaleza, terra natal do pai de sua esposa, Michelle Bolsonaro.
“Tenho compromisso com a minha filha porque ela tem sangue de cabra da peste de Crateús e ela agora fez 9 anos, entende bastante as coisas. Indo ao Ceará pretendo levá-la e conhecer Crateús. Fui capturado pelos cabras da peste através da minha esposa. Quando comecei a namorar com ela não queria saber se era cearense, gaúcha, paulista, não queria saber do time de futebol, religião, estava de olho nela”, disse o presidente.
Esta não é primeira vez que Bolsonaro utiliza termos pejorativos para se referir a integrantes de estados nordestinos. Em julho do ano passado, durante um conversa informal, o político foi gravado no momento em que refere-se aos chefes dos Executivos da região como governadores de “paraíbas”.
“Daqueles governadores de paraíba, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara”, disse o presidente na época, em conversa com o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Após a repercussão e repúdio da região, Bolsonaro disse que foi uma “crítica” ao governadores do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) e da Paraíba, João Azevedo (PSB).
A designação pejorativa é direcionada a pessoas de origem nordestina. Surgiu por volta da década de 60, devido o grande fluxo migratório de pessoas da região para o Sudeste. Na época, a população da que migrava eram pessoas com baixa escolaridade e se ocupavam com trabalhos menos qualificados.